domingo, 21 de fevereiro de 2010

CHICO REI-1964

Vivia no litoral africano

Um régia tribo ordeira

Cujo rei era símbolo

De uma terra laboriosa e hospitaleira.

Um dia, essa tranqüilidade sucumbiu

Quando os portugueses invadiram,

Capturando homens

Para fazê-los escravos no Brasil.

Na viagem agonizante,

Houve gritos alucinantes,

Lamentos de dor

Ô-ô-ô-ô, adeus, Baobá,

Ô-ô-ô-ô-ô, adeus, meu Bengo, eu já vou.

Ao longe Ninas jamais ouvia,

Quando o rei, mais confiante,

Jurou a sua gente que um dia os libertaria.

Chegando ao Rio de Janeiro,

No mercado de escravos

Um rico fidalgo os comprou,

Para Vila Rica os levou.

A idéia do rei foi genial,

Esconder o pó do ouro entre os cabelos,

Assim fez seu pessoal.

Todas as noites quando das minas regressavam

Iam à igreja e suas cabeças lavavam,

Era o ouro depositado na pia

E guardado em outro ligar de garantia

Até completar a importância

Para comprar suas alforrias.

Foram libertos cada um por sua vez

E assim foi que o rei,

Sob o sol da liberdade, trabalhou

E um pouco de terra ele comprou,

Descobrindo ouro enriqueceu.

Escolheu o nome de Francisco,

Ao catolicismo se converteu,

No ponto mais alto da cidade Chico-Rei

Com seu espírito de luz

Mandou construir uma igreja

E a denominou

Santa Efigênia do Alto da Cruz!

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